sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

E afinal, o que é melhor?

Não é bobagem minha. Nem é tão fácil quanto parece ser, a gente procura mesmo por algo que não existe. O melhor pedaço de pizza, o melhor filme, a melhor canção, o melhor beijo na boca, a melhor trepada, o melhor namorado. Nada disso de verdade existe. O melhor, nem sempre é tão bom quanto parece. Porque o outro sempre vai ser melhor do que aquele que a gente já não quer mais. E mesmo que antes, tenhamos dito que era o melhor. Tô viajando na maionese. (risos). Eu tive o meu melhor carnaval, que antes desse, tiveram melhores e piores. E apesar de ter sido a perfeição, a melhor turma, a melhor casa, as melhores risadas, diversões, shows, beijos na boca... Eu voltei com a sensação de que trocaria tudo isso, por uma única coisa, um único alguém, que ainda nem conheço.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

É Hoje

A minha alegria atravessou o mar
e ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
Será que eu serei o dono dessa festa
Um rei
No meio de uma gente tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mal olhado eu carrego meu patuá
Eu levei !
Acredito
Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar
E com o ar!
É hoje o dia da alegria
É a tristeza, nem pode pensar em chegar
Diga espelho meu!
Diga espelho meu
Se há na avenida alguém mais feliz que eu
Diga espelho meu

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Dica: Garota da Vitrine


Dias atrás assisti Garota da vitrine pela segunda vez. A primeira vez que assisti confesso que não gostei muito. Mas isto também aconteceu com um dos meus filmes preferidos, Closer, então era de se esperar que eu amasse Garota da vitrine. O filme conta a história de uma mulher, Mirabelle, dividida entre a paixão por um homem mais velho e um aspirante à músico. Não é uma história original, mas surpreende pela maneira como foi retratada. Este filme é baseado no romance A Balconista de Steve Martin (sim, aquele comediante de muitos filmes engraçados dos anos 90). Ainda não tive oportunidade de ler o romance, mas acredito que seja até melhor que o filme. Então, essa é a dica. Vale a pena ver este filme.

"Algumas noites sozinho, ele pensa nela. E algumas noites sozinha, ela pensa nele. Algumas noites estes pensamentos acontecem ao mesmo tempo, e Ray e Mirabelle estão conectados, sem mesmo saberem disso."

"...Enquanto Ray Porter observa Mirabelle indo embora, ele sente a perda. Como é possível, ele pensa, sentir saudades de uma mulher de quem ele se manteve distante, agora que ela se foi, ele não sentiria saudades dela? Só agora ele notou que queria parte dela, e não ela toda, e causou sofrimento aos dois. E agora não podia justificar suas ações, exceto que, bem...

Assim era a vida."


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E quando a gente pensa que já viu de tudo...

Na maioria das vezes que alguém come os restos de uma pessoa desconhecida, é muitas vezes por necessidade ou fome. Estávamos eu e algumas amigas almoçando no Iguatemi, e na mesa da frente uma mulher sozinha comia uma macarronada. Após o término, ela se levantou e foi embora, deixando algumas sobras no prato. No mesmo instante, uma outra mulher, bem vestida até, sentou-se na mesma mesa, ela bem que tentou disfarçar, mas quase caiu sobre a mesa. E achando que ninguém estava vendo, comeu quase toda a sobra que a outra havia deixado. Eu e minhas amigas tentamos não rir, mas era impossível. Pensamos que ela podia estar passando fome ou algo do tipo. Mas eis que o pedido dela chega, uma refeição completa e um copo de coca-cola que ela também acabou em poucos minutos. Foi uma cena muito cômica, que contando é difícil de acreditar. Eu acho que ela viu na mesa e achou que era petisco. E eu pensei que já tinha visto muita bizarrice na minha vida...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

-Um copo de suco por favor.

No balcão do bar era a única cliente. Não importava o sabor do suco, na verdade, nada mais importante do que estar se afogando em seus pensamentos. Há dias não dormia, tinha olhos, literalmente, de ressaca, mas não iguais ao de Capitu. Resolveu isolar-se em uma mesa no canto do bar, longe dos olhares do garçom, que tentava entender o pedido inusitado às 2 da manhã. Alguns casais dançavam sem música. E ela questionou o quanto era preciso para estar ali, naquele lugar, sentindo a leveza do que é estar apaixonada. Ela não sabia, nunca soube, vivia de relações efêmeras. -Era intimidade demais acordar na mesma cama que outra pessoa. Dizia ela. Leitora assídua de Milan Kundera, construiu, sem perceber, a versão feminina de Tomas. Era fuga, ausência de algo que nunca existiu, solidão. Era dor de não ter o que sentir. Frio. Pensava nos motivos que a trouxeram até o bar. Uma vontade insconsciente de não se sentir tão só. Os cadernos todos rabiscados já não tinha espaço para tantas estórias que nunca aconteceram. Escrever foi a forma que encontrou de se envolver, embora, nada fizesse muito sentido. Queria encontrar um jeito de mudar aquela situação, achou que saindo de casa, podia ser um bom começo. O pensamento, entretanto, não permitia mais ninguém. Àquela noite, foi a primeira vez em que pensou na possibilidade de ter algum envolvimento, talvez porque dias antes conheceu alguém como ela, fugaz. Queria entender como deixou que ele entrasse em sua vida sem pedir permissão. Pela primeira vez, não sabia o que fazer, o que dizer. Pensou em ir até a casa dele e gritar tudo o que sentia, mas ela não tinha voz. Era o silêncio que gritava dentro dela. Nunca havia sentido nada parecido, como podia então ter certeza que era paixão? O dia já estava amanhecendo, quando ela resolveu ir embora. E o copo de suco, ainda pela metade, como sempre fora a vida dela, até aquele instante.